Urias é uma das artistas que mais ganhou visibilidade no ano de 2021, e 2022 não poderia ser diferente, a cantora começou com pé direito lançando seu álbum “FÚRIA” e já alcançando o TOP 15 do Itunes BR com duas músicas do mesmo projeto.

A cantora já tem diversos sucessos lançados e possui 364 mil ouvintes mensais nas plataformas digitais, 27 milhões de visualizações em seu canal oficial do YouTube e nas suas redes sociais, são mais de 600 mil seguidores.

Trazendo toda a sua intensidade e personalidade com sons viscerais e letras necessárias, Urias conta com exclusividade ao Latinos Brasil como foi o processo deste álbum, que traz como temática central a sua força e com um sentimento único, a FÚRIA.

Sentimentos são comuns em trabalhos artísticos, geralmente o amor é usado e dificilmente vemos outras emoções serem transparecidas, e no álbum de Urias a fúria se deu destaque.

“Fúria porque no álbum é um conjunto de música, o álbum é centrado no sentimento da raiva mesmo, da fúria, e ai eu decidi colocar o nome do álbum, e o touro tem toda uma simbologia. Eu já estava trabalhando com alguns animais nas minhas capas, esses animais foram escolhidos pra simbolizar essa raiva, então o touro foi escolhido como animal principal do álbum por conta de que é um animal que simboliza muita raiva, de touro ser furioso e aí a gente escolheu “botar” porque é meu signo, e também o touro comigo lá deitada pra assim, eu ter controle de toda a minha raiva, de toda a minha fúria”, diz Urias.

No álbum podemos ver que existe uma estética, um conceito de r&b, de hip hop e geralmente são ritmos que estão presentes nas playlist’s, músicas que ouvimos que reflete no nosso estilo musical. Gostaríamos de saber como estes ritmos refletem em sua vida e como foi feita a escolha?

“Tudo que a gente consome reflete na nossa vida, a gente querendo ou não, querendo admitir ou não sabe, e reflete na nossa vida de uma maneira que a gente muitas vezes não percebe, então tudo que tá no meu repertório eu escuto, tudo que tá no meu CD, todos os ritmos fazem parte do meu repertório sim, tá na minha playlist”, diz.

Os singles “Tanto Faz” e “Foi Mal” atingiram as posições #2 e #11 na lista de canções do iTunes BR, e nos gostaríamos de saber sobre  “Tanto Faz”, como foi o escolhido para ser a primeira música de divulgação desta segunda parte de “FÚRIA”.

“Tanto Faz é uma música que muitas pessoas iam se identificar, é uma música triste né, a galera gosta de música triste também, acho que eu queria mostrar esse meu lado da tristeza, falar da solidão, queria falar desse meu lado que as pessoas não tem de primeira sabe? Que é o lado que sente, que geralmente venho com muita porrada na cabeça, a galera acha “ah ela é muito forte”.

O álbum esta repleto de grandes nomes como participações, como Vírus, Hodari, Charm Mone, Monna Brutal e Ebony, artistas que também vem ganhando visibilidade na indústria e que merecem ainda mais reconhecimento. Gostaríamos de saber como rolou o convite e como surgiu a música para cada um.

“Eu que tive a ideia, na verdade eu tinha dois critérios no começo, artistas que pra mim simboliza o futuro da música, culturalmente falando, não em questões de número, sucesso, porque pra mim o trabalho dela já acrescenta no que a gente constrói como cultura brasileira sabe? E também queria escolher pessoas, artistas, que as vivências delas cruzasse, atravessasse com a minha em algum ponto nessas músicas sabe? Que eles sentissem o mesmo tipo de coisa que eu sinto em cada música, por isso eu escolhi a galera que eu escolhi”, diz a cantora.

“Eu já conhecia muitos deles antes, já conhecia o Vírus, participei de uma parte da turnê do Baco aí conheci ele lá, o Hodari está comigo no time de compositores que a gente tem a muito tempo, ele que escreveu “Diaba” junto comigo também, então ele tá a muito tempo aí, a Ebony eu era muito fã, já seguia, já falava muito com ela, a Monna Brutal eu era muito fã porque ela é a melhor né, melhor rapper é a Monna Brutal, ela acabou de lançar um álbum, tá impecável e a Charm também fazia parte do meu time de compositores, e eu chamei ela pra fazer uma música porque eu precisava de alguém que dividisse esse mesmo recorte que eu”, completa Urias sobre os feats.

Urias vem lançando muitos clipes e em todos vemos que a estética em preto e branco se sobressai, podemos dizer que já virou uma marca  da artista, mas será que teremos um clipe colorido nesta nova era da cantora?!

“Eu pretendo continuar nessa estética preto e branca, essa é a estética do álbum, é a estética que a gente escolheu desde o começo que ia ser preto e branco, em vários estilos assim só que sempre preto e branco. Eu escolhi o preto e branco porque traz um mistério sabe, as pessoas ficam querendo saber que cor é aquilo, que cor é aquilo outro, o que é aquilo, preto e branco traz uma certa época, traz muita informação mesmo não tendo cores sabe? Me deixa muito aberta pra várias interpretações, e aí a gente consegue trabalhar com várias texturas”, diz ela.

 

Sabemos do preconceito e da pouca visibilidade que mulheres e homens trans sofrem ainda hoje em nosso país, e a cantora é a primeira mulher trans que conseguiu alcançar duas posições no TOP 15 do Itunes BR e assumindo um posto importante.

“São dois lados né, o de estar fazendo as coisas e tendo esse retorno independente de muita coisa, queria óbvio, todo mundo quer esse retorno no trabalho, mas não esperava, no sentido de não era uma meta nossa quando a gente lançou, ser 1° no Itunes, ter 1° no Itunes, ter duas músicas entre o top 15 e o tanto de streamer e a repercussão que teve, a gente fez porque queria, mas ainda tem o lado de eu ainda ser a 1ª mulher trans a fazer, e a notícia me pega nos dois lados entende, muito bom, escrever meu nome desse jeito, “ela foi e fez aquilo”, mas muito ruim chegar lá e ver que você é a única entendeu, por**, 2022, a gente tá sendo as primeiras ainda a fazer as coisas, tinha que ter tido gente aí fazendo sabe”, diz a cantora.

Urias será responsável por fazer o ato de abertura dos shows de Pabllo Vittar em sua nova turnê “I Am Pabllo” em seu etapa europeia, e nós estamos ansiosos  para saber como estão as expectativas em cima desta grande responsabilidade e oportunidade?!

“As expectativas estão altas, porque imagina viajar pela Europa inteira com um amigo, fazendo o que você mais gosta de fazer, você e o seu amigo, então com certeza a gente vai. Eu quero quebrar a Europa inteirinha, anarquizar entendeu, essas são as minhas expectativas, ser assim, “nossa não deixa ela entrar aqui de novo”, é isso que eu quero, quero abrir um buraco na Europa e escrever o nosso nome lá no fundo do buraco, um buracão mesmo, uma cratera e voltar a fazer show, ainda mais na Europa, expandir meu trabalho dessa maneira, assim, é surreal, é incrível”, diz Urias.

PERGUNTA DE FÃS

Em parceria com a fonte oficial de informações e conteúdos exclusivos da Urias, @CentralUrias, selecionamos algumas perguntas de fãs para a cantora sobre esta nova era:

@bellojoao98: Esse álbum se desenvolveu a partir do sentimento de fúria, será que podemos esperar que os próximos trabalhos se desenvolvam a partir do que ela pensa de determinados sentimentos?

URIAS: A gente é movido através de sentimentos mesmo, sejam eles quais forem, sentimentos bons, sentimentos ruins, com intenções boas, intenções ruins, então é sempre na base do sentimento, mas se eu vou fazer igual eu fiz agora, que é pegar um sentimento e trabalhar ele, desenvolver e discorrer desse jeito, eu não sei ainda, porque o que aconteceu com fúria é que eu escrevi ele em ume época que eu sou passava raiva, então se for assim, tristeza, eu tenho que estar muito triste, tudo tem que estar triste.

@zezitoveneno: Teve alguma estratégia para organizar a tracklist, teve algum motivo para você deixar as músicas nessa ordem? E se sim, porque você decidiu terminar o álbum com a música “Tanto Faz”?

URIAS: Sim, teve um motivo para ordem. Demorei bastante pra escolher a ordem, porque teve algumas músicas que foram pensadas pra serem continuidades de outras, e as coisas foram se encaixando e eu queria contar essa história de ter sensações e momentos sabe, então foi tudo pensado nesse sentido mesmo, a ordem do álbum foi pensada pra ser escutada na ordem do álbum, tipo assim, teve esse cuidado de todo mundo da equipe que trabalhou no álbum, e eu decidi fechar com “Tanto Faz” porque querendo ou não durante o álbum eu me imponho de uma maneira muito forte, muito mandatória e acaba que no final a solidão me abala de qualquer maneira, igual qualquer pessoa, então eu queria acabar falando da raiva de estar sozinha e “Tanto Faz” é sobre isso, é essa raiva de ter que passar por essa solidão imposta pra mim de uma maneira que eu não tive escolha, não tenho culpa nenhuma de estar sozinha, poxa, então é essa raiva, nesse lugar e eu queria terminar com isso para as pessoas entenderem que mesmo depois de todos esses sentimentos o que me sobra é meio que isso mesmo e queria ter meio que o contraste de terminar com essa música, e as pessoas falarem “nossa eu não esperava terminar com essa, não esperava essa música”, por isso que eu quis deixar ela por último também.

@seleicongodmez: Todos os feats lançados com rappers foram fenomenais, tem alguma outra rapper que queira colaborar ainda?

URIAS: Tem a Nina do Porte, tem Tasha & Tracie, tem as internacionais também, tem a Bree Runway que não é rapper necessariamente, mas tem a Flo Milli, tem a Tierra Whack, tem uma lista enorme de gente que eu quero trabalhar aí, mas no momento aqui no Brasil eu queria muito trabalhar com a Nina e com a Tasha e com a Tracie.

@uriasyonce: FURIA deluxe no futuro (com versão física) pode vir acontecer?

@whatapolo: Tem alguma probabilidade de você lançar FÚRIA em versão física? Com CD junto (ou não) de um postêr?

URIAS: Nossa, meu sonho, mas por mais que o trabalho seja incrível, seja impecável, seja tudo mais, eu ainda sou uma artista independente entendeu e algumas coisas estão muito fora do meu alcance ainda, assim como um disco, um álbum físico, porque não é uma coisa muito barata, não é uma coisa de fácil acesso, e não é uma coisa que as pessoas consomem muito hoje em dia. Eu gostaria muito, gostaria muito, muito, muito, muito, muito, muito, a gente pode, posso tentar procurar algum meio de fazer, já sentei antes e tentei, antes com meu ep e tal, mas…

@honotario_: Explícito vai ser single? Eu preciso de uma clipe para esse hino.

URIAS: Então, a gente ainda tá esperando a repercussão do álbum e do próximo clipe pra poder decidir qual vai ser o próximo clipe, mas eu não posso responder que sim, mas também não posso responder que não, mas por mim seria um álbum visual, ter clipe pra todas as músicas, na minha cabeça eu já tenho clipe pra todas as músicas, mas até então não, respondendo à pergunta. Infelizmente, tem um outro clipe pra lançar antes, pretendo lançar mais um próximo clipe que estou trabalhando em cima do álbum ainda, e eu tenho uma ideia que eu preciso que seja uma outra música, não “Explícito”, mas que eu também não posso falar se não eu vou me ferrar.

@darksynthwel: Durante o processo criativo, você teve vontade de começar o álbum todo do zero?

URIAS: Teve uma hora que eu falei “eu não vou lançar nada não, chega, não dá mais pra mim, eu vou jogar uns currículos, vou fazer um Linkedin sabe, jogar uns currículos aí”, mas teve hora sim que deu vontade de jogar tudo pra cima, principalmente quando a gente estava escrevendo “Foi Mal”, porque eu estava passando pelo o que eu estou contando na música, e foi muito difícil essa época, várias músicas prontas, inclusive da parte dois, eu “tava” assim, “aí nossa, toda vez que eu faço música vai mexer dentro de mim aqui desse jeito, muito louco, muito louco”, imagino a Adele que lança um CD inteiro do negócio, toda música que ela canta já vem 10 anos, não dá um descanso, não tem uma música que ela tem pra mim mexer o rabo, pra dar uma espairecida na hora do show, mas nessa época eu pensei em parar e começar tudo do zero mesmo, falei “ah não vamos pegar outras músicas, outras bases, vamos falar de outras coisas”, mas ainda bem que não.

E aqui encerramos mais uma entrevista do Latinos Brasil. O álbum da Urias está disponível em todas as plataformas digitais.