Na tarde de 20 de fevereiro, entrevistamos Manaia. Talvez você AINDA não ouviu falar dela pois recentemente foi lançado seu álbum de estreia intitulado “Na Borda” onde se inserem canções compostas desde a sua infância. O álbum conta com um estilo mais Pop Rock, mas a cantora não se prende somente a este estilo musical. Manaia se considera uma cantora totalmente eclética com influências de vários estilos musicais. Nesta entrevista ela nos conta um pouco sobre o lançamento do seu primeiro álbum, a história de algumas canções, suas influências e muito mais!

Créditos: Divulgação

Confira a entrevista completa de Manaia para o LB

 

LB- Você está lançando o “Na Borda“, seu álbum de estreia que tem essa pegada pop rock. Como surgiu a escolha de levar esse gênero musical para sua carreira como cantora? É algo que você sempre curtiu?

Manaia- Olha, eu escuto de tudo, né. Eu sou uma pessoa que sempre gostei de rock desde criança. Escutava as coisas que o meu Pai botava no carro. Que a minha mãe botava. Então eu ia dizer assim, esse som que eu tenho, de ser mais alternativo, mais eclético, vem exatamente do que eu escuto, do que eu vivo, do que eu gosto, né. Então é por isso que o som vem mais diferente mesmo. Vem de todas as escolas musicais que eu gosto de escutar. Então eu falo desde Linkin Park, Bon Jovi a Hilary Duff e uma Britney Spears.

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LB- Suas músicas possuem trechos muito bem estruturados. Você sempre gostou de escrever, compor músicas? De onde vem esse amor?

Manaia- Olha, eu escrevo desde que eu sou criança. A primeira música que eu escrevi foi aos 14 anos para um cachorro meu que morreu e nessa primeira semana que eu perdi ele eu já tinha 3 músicas novas. Só da noite que ele morreu eu já tinha 2. Então foi muito interessante porque eu comecei dali, mas eu sempre gostei de escrever. Eu ia pra faculdade e ficava escrevendo do “boy” lá que eu ficava toda sofrida. Eu ia trabalhar no ambiente corporativo e quando o computador travava eu ficava escrevendo umas coisinhas, umas músicas, e depois eu chegava em casa e escrevia. Sempre gostei de escrever. Não sei de onde surgiu esse negócio da composição mas assim, se eu tivesse que apontar o meu dom, seria realmente o dom da composição porque eu não paro. Tudo que eu vivo, se eu vejo um filme me vem uma inspiração pra escrever sobre aquilo né, e eu vejo muito a composição como uma colcha de retalhos, então, você pega o recorte do que você está vivendo agora, um filme que explica sobre alguma coisa de outra época e você fala “Caraca! Como a mulher é vista” e você faz uma música sobre isso. Você uma menina de mini saia na rua e alguém vai lá e reclama que ela é puta e você fala assim “pera aí, eu vou pegar mais isso que eles falaram” e você vai construindo. É uma colcha de retalhos. Você vai pegando tudo que você vai vivendo e transformando em uma música.

LB- Então tudo é inspiração! Qualquer tempo é precioso. Surgiu uns minutos e já é suficiente para escrever!

Manaia- Sim! Choveu. Caraca! Chuva!! Teve um dia que eu estava escrevendo uma música de amor e eu estava totalmente calma, tentando pegar palavras e de repente passou um vendo e bateu a porta. E aí eu escrevi e ficou linda a frase “o vento bateu a minha porta”. A letra ficou isso porque eu tomei um susto na hora.

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LB- Após o lançamento de “Baby” você engrenou de verdade à carreira como cantora. Essa canção que foi escolhida para te apresentar ao público tem algo específico em especial para você?

Manaia- Sim, inclusive desse álbum ela é a minha favorita. Eu falo para as pessoas que a maioria dessas músicas do álbum “Na Borda” estão falando para uma outra pessoa. “Na borda” claro que não mas você pega a “Laranja”, você pega “Medo”, você está quase em um amor ali e a música “Baby” parece que você está falando com uma outra pessoa mas não, eu estou falando comigo mesma que é a música de libertação, é a música que fez com que eu largasse. Essa música eu fiz quando eu larguei o meu trabalho pra seguir a carreira na música. Então essa música fala de liberdade e amor próprio. Por isso que é muito importante assim, você entender toda essa base de onde veio. E então todo o álbum veio a partir disso também. O “Na borda” também fala um pouquinho sobre o borderline que daí é um pouco mais direto sobre o que estava acontecendo.

LB- Algumas de suas músicas surgiram por acontecimentos em sua vida que se reverteram em ideias para trechos compostos. Qual das faixas do “Na Borda” pode se dizer que tem uma história que mais te tocou na vida real, e da situação você fez uma linda canção?

Manaia- Olha, teve várias situações engraçadas mas eu vou te falar assim, a música “Loch Ness” pra falar a verdade eu fiz ela em São Paulo e eu vou falar o seguinte, eu escrevi ela no dia 16 de outubro de 2013 que foi o dia que a minha sobrinha nasceu. Estava todo mundo no hospital e aí você vê umas pessoas meio falsas, umas pessoas meio sem noção e eu comecei a ficar estressada e de repente eu também já estava com essa coisa do borderline, estresse sem motivo, mas eu já estava muito estressada com certas coisas que estavam acontecendo e aí eu saí do hospital “P da vida”, tipo assim, alguma coisa estava me comendo por dentro. Eu cheguei, eu estava só com um “iPadzinho” né, comecei a fazer uma base e em 5 minutos saiu a música “Loch Ness” assim, tipo “pronto, estresse caraca, to com raiva” mas foi um episódio que eu estava muito aflita, muito “comida” por dentro, eu estava assim me roendo, certas coisas eu sabia por quê outras eu não sabia porque essa situação com as pessoas sabe.. Aí quando eu cheguei no hotel “pa!” escrevi a música. E foi uma situação, a única que eu falo “caraca, eu lembro do dia que eu escrevi essa música”. Eu lembro tudo que eu vivi, onde eu fui almoçar nesse dia, sabe, eu tomei um banho quando eu cheguei no hotel, eu tava “p da vida’, deitei na cama, eu olhava o teto, alguma coisa queria sair de mim e quando eu vi já estava saindo a música.

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LB- Vimos em suas redes sociais algumas fotos com a cantora Clau. Como surgiu essa amizade?

Manaia- Então, a gente fez uma parceria quando eu fiz um show no final do ano passado, eu chamei duas cantoras pra poder participar do show comigo. Eu queria duas cantoras mulheres, empoderamento feminino, poder falar delas e a gente inclusive fez um show só com músicas de mulheres, só de divas digamos assim. E nós chamamos ela, especialmente porque ela estava com a música “Pouca Pausa” em ascensão e também a Jade Baraldo que estava participando do The Voice e eu escolhi elas a dedo exatamente porque elas são mulheres novas no mercado da música e são mulheres empoderadas, bonitas, e é isso, é esse mercado novo que as pessoas às vezes tem essa coisa do ouvido pras músicas antigas como se as músicas antigas sempre são boas e acabam não querendo as músicas novas, não querem se reinventar. O que está fazendo sucesso hoje é o que tem que estar fazendo sucesso mesmo. Tem que trazer todo mundo, vamos se unir e é isso. Mulheres unidas jamais serão vencidas.

LB- Precisamos confessar que olhamos e já imaginamos um feat. entre vocês duas. (risos)

Manaia- Já né, pois é. Eu estou pensando também, eu já estou com umas músicas que eu quero fazer pra esse ano. Também estou pensando em algumas parcerias poderosas pra poder lançar essas músicas.

LB- Já estamos ansiosos!!

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LB- Vimos que você viajou para os estados unidos para estudar técnica vocal em uma escola por onde já passaram grandes nomes da música. Você gostaria de gravar com artistas internacionais? Quais?

Manaia- Com certeza!!! Poxa!!! Isso é um sonho!! Eu sempre falo que se eu pudesse escolher uma pessoa pra gravar, eu escolheria a Pink. Eu acho que som dela, o jeito dela, o que ela impõe é exatamente o que eu imponho, o que eu quero, a minha imagem então, se eu fosse buscar no mundo a pessoa mais parecida comigo, do que eu tenho pra dizer, eu acho a Pink pra uma parceria que é boa, mas também, vou dizer assim, poxa, bota um John Meyer pra tocar um violãozinho que eu quero cantar junto, sabe, que já estaria tudo certo.

LB- Até por você ser uma artista bem eclética, acreditamos que teriam vários artistas que você gostaria.

Manaia- Siim! Então, eu quero cantar com a Adele também..(risos). Mas se eu tivesse que escolher uma, seria a Pink!

LB- Estamos empolgados com o lançamento do seu álbum! O que podemos esperar de Manaia nos próximos meses do ano de 2019?

Manaia- Então, agora em março a gente está lançando o videoclipe de “Vitrine”. Vamos deixar passar o carnaval porque você sabe que o Brasil só funciona depois do carnaval. (risos) Passou o carnaval já tem “Vitrine” e depois a gente está querendo organizar algumas ideias pra fazer essas mesmas músicas do “Na Borda” numa versão mais acústica, menos alternativo, mais eclético e uma coisinha quase pop e aí mais tarde já trabalhar em alguns singles, como eu estava falando pra você, já com algumas parcerias e já lançar um segundo álbum um pouquinho mais pop. Não vou deixar o alternativo porque se não eu perco a minha identidade. Mas vai ser um pouquinho mais pop.

O LB fez um PING PONG com Manaia, que já está disponível em nossos stories do Instagram. Confira clicando aqui.