Em terceiro trabalho de estúdio, a cantora e compositora Lia Clark, nacionalmente conhecida como a drag queen do funk, aposta em “LIA (pt. 1)”, a primeira parte de seu novo trabalho homônimo, que chegou em todas as plataformas digitais na última quinta-feira (3). Com importante histórico de lançamentos, como o EP “Clark Boom” (2016) e o álbum “É a Pista” (2018), a artista passa por um momento intenso em sua vida, em que se sente conectada com sua arte, sua essência e preparada para seguir inspirando e sendo referência nesse universo. 

Com 7 faixas, Lia usou o período da pandemia para produzir o conceito artístico do álbum, que resgata fortes influências do funk feminino, como Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda, MC Carol, Bonde das Maravilhas, entre outras, e aposta na junção das vertentes do gênero, como o rave funk, funk de favela e o funk pop. Aplicado também na identidade visual, a artista traz na capa do álbum uma referência ao ensaio da revista playboy, com Valesca, publicado em 2009.

Além dos clássicos que fizeram história  no mercado do funk, Lia também vê futuro nas revelações atuais, momento em que aproveitou para convidar a carioca MC Naninha, que estrela na faixa “PQP! (tu fez do jeito que eu queria)”. Entre as faixas solo, Lia aposta em “VRAU”, que une o funk ao pagode baiano e é uma homenagem ao Carnaval, festa que abriu as portas para as primeiras canções da artista. O álbum também traz as faixas já lançadas “Eu Viciei”, hit de 2021 com participação de Pocah, alavancado pela sua presença no Big Brother Brasil – e que atualmente, com o videoclipe, alcançou 5.1 milhões de views, e “Sentadinha Macia”, rave funk solo lançado no último ano, que chega repaginado em remix.

Confira a nossa entrevista abaixo:

LB: Lia, você acaba de lançar a primeira parte de seu novo álbum, como foi o processo de criação e produção desse projeto?

LC: Esse álbum foi 100% concebido pela quarentena, que foi um momento onde todo mundo ficou em casa.  Aproveitei esse momento para me reconectar comigo, consegui transformar todo esse momento da minha vida em música, conceito e arte. Fico muito feliz com esse álbum, não tinha como ter outro nome se não o meu, acho muito chique, muito importante.

LB: Qual sua expectativa para esse grande lançamento?

LC: Agora que eu estou nesse momento me reconectar, de entender que sou essa gay que quer fazer funk e não importa. Graças a Deus tirei um pouco dessas amarrações, se tiver grandes números ótimo, mas se não tiver eu sei que meus fãs vão escutar e achar incrível. E eu acho esse álbum incrível, tô muito orgulhoso desse lançamento!

LB: Lia, seu último single lançado foi “Sentadinha Macia”, você sentia a necessidade de lançar uma música solo?

LC: Com certeza absoluta! Inclusive, eu queria começar essa era com uma música solo, pois sabia esse álbum ia levar o meu nome. Porém, a dona Pocah resolveu entrar no BBB e eu não podia perder essa oportunidade de ouro, né? Mas a ideia de lançar “Sentadinha Macia” foi exatamente essa, trazer uma música solo e entender que meu nome sozinho tem um peso.

LB: Na faixa “PQP (tu fez do jeito que você gosta)” conta com a participação da Mc Naninha. Da onde surgiu a ideia de convidar esse ícone do funk para participar?

LC: Cara, a ideia foi muito natural. Quando ela começou a viralizar, eu segui ela no Instagram, para entender quem era, e eu vi que era uma mulher muito talentosa, funkeira raiz, muito foda. Eu senti a mesma energia de quando a Pepita começou a viralizar, que todo mundo ama, via um grande potencial, mas ainda não tinha sido trabalhada dignamente, musicalmente falando, sabe? Em um trabalho foda, em um videoclipe foda, em uma super produção! Eu quis trazer a Naninha para esse trabalho, pois acredito que ela é um grande futuro pro funk.

Lia Clark divulgação

LB: Você tem uma faixa favorita?

LC: Atualmente, a que eu menos enjoei, porque tô escutando esse álbum a um ano já (risos), é “Vrau”.

LB: Todos as faixas terão videoclipe?

LC: Eu tenho meu planejamento de carreira anual, mas nesse primeiro momento quero que as pessoas conheçam o álbum. “Eu Vicei” e “Sentadinha Macia” já tem os seus videoclipes e as outras terão visual vídeos para a galera conhecer o álbum e depois iremos pensar em lançar singles.

LB: Lia, álbum novo, turnê novo né? Já tem uma novo tour pronta para sair pelo Brasil? Como foi a retomada dos shows pra você?

LC: Temos a “Lia On Tour”, que é a turnê nova, fiz ela no Agrada Gregos. Estávamos só esperando o álbum, para poder reformular a turnê, incluir as músicas novas. A retomada foi perfeita, muito mágica, comecei indo pra Rio Branco no Acre, que eu nunca tinha ido na minha carreira.

LB: Sabemos que você se inspira em diversas divas do funk, se pudesse escolher 5 funkeiras para um super feat, quem você escolheria?

LC: Valesca, Tati Quebra Barraco, Mc Carol, Ludmilla e Mc Drika.

LB: Pode deixar uma mensagem especial para seu público que te acompanha pelo Latinos Brasil?

LC: Eu quero muito que vocês recebam a primeira parte do meu álbum, auto intitulado “LIA”, aonde eu trago todas as minhas inspirações, todo aquele Q de funk. Aproveitem para dançar, curtir, esquecer dos problemas, pois Lia Clark é isso, é esse universo louco, lúdico.