Após uma pausa de dois anos, Clau faz o seu comeback, trazendo uma nova era com muita diversão, atitude e identidade. A gaucha ganhou notoriedade no cenário nacional com o hit “Pouca Pausa” feat. Cortesia da Casa e Haikaiss

Desde seu último trabalho solo em 2020 com o single “Tudo Que Eu Posso Ser”, a cantora investiu em parcerias com artistas como Igor, Milkee e Lary. Mas, além disso, ela se dedicou a composição. 

No final de janeiro deste ano, o retorno ficou marcado a chegada do single “Tipo Eu”. Com uma mensagem de empoderamento e autenticidade, Clau traz nesse primeiro lançamento elementos que vão acompanhá-la ao longo dessa nova etapa de sua carreira. Na última sexta-feira (31), ela liberou “Livre, Leve e Louca”. A música conta com a colaboração de Pelé MilFlows e traz toda uma estética nostálgica dos anos 2000 tanto na sonoridade quanto no videoclipe.

Em entrevista ao Latinos, a cantora falou um pouco sobre os últimos lançamentos, referências musicais e quais serão os próximos passos da sua carreira.  

Confira a entrevista da Clau para o Latinos Brasil

LB: Depois de um período de pausa você retornou com novos projetos, uma nova identidade. Qual é a sensação ao fazer esse comeback? O que te mostrou que era a hora de voltar?

C: Pelo que eu sentia, na verdade, eu nunca teria me afastado, né? Porque foram situações além da minha vontade, mas que eu precisava resolver. Questões contratuais, coisas burocráticas que a gente sabe que demora para resolver. 

Então acabaram passando dois anos e eu fui me virando através da internet, consegui manter o meu trabalho fazendo música, compondo bastante. Também fiz participação em músicas de outros artistas. Eu tive que me afastar dessa parte oficial dos meus lançamentos, mas continuei fazendo música. 

Quando eu tive a oportunidade de realmente voltar a fazer meus lançamentos da forma como eu gostaria, eu já tinha com tudo pensado. Esse período afastada também foi bom para eu refletir mais sobre a minha carreira, o tanto que amadureci, que eu poderia trazer para essa nova fase e aí esse momento finalmente chegou. 

LB: Como foi o convite para o Pelé MilFlows participar de “Livre leve e Louca”?

C: Na real quem começou esse assunto foi ele, a gente tava conversando um dia por acaso pela internet e ele falou “vamo fazer um som juntos”. Inicialmente foi essa coisa tipo “vamo a gente se fala” que rola muito. Só que eu já tava fazendo a “Livre, Leve e Louca”, e já tinha em mente que eu queria uma participação masculina na música. 

Quando o Pelé veio falar comigo e a gente conversou. Aí eu pensei que ele seria perfeito, pela voz dele, identidade musical, tinha tudo a ver. Eu falei “olha eu tenho essa música que eu acho que super combina com você, o que você acha?”, ele adorou a música, inclusive era uma versão diferente, ela passou por várias versões até chegar nessa versão final. 

LB: Qual é a mensagem que você quer passar com o seu novo single?

C: Realmente uma coisa mais divertida e leve. Eu vim desse período pesado que eu estava afastada, nessa angústia de fazer as coisas, de querer trabalhar e sair com o meu som. Então agora eu tô trazendo essa nova fase justamente com essa leveza, com essa diversão, com isso de não me levar muito a sério, de chamar a galera para curtir, dançar. 

Trazer muito presente da mesma forma que aconteceu eu “Tipo Eu” que foi meu primeiro lançamento de retorno, trazer essa mensagem de empoderamento de força, mostrar sua atitude ser você mesmo. 

Então a ‘Livre, Leve e Louca” segue com essa linguagem também de se sentir bem sendo você mesmo, se libertar, não ligar para opinião dos outros de realmente se jogar e  se divertir, acho que essa é a principal mensagem mesmo. 

LB: Agora sobre o marco do seu comeback “Tipo Eu”. No clipe a gente vê muita atitude, dança, looks, a parte que você raspa o cabelo, como foi a criação da ideia do vídeo e dirigir esse projeto tão importante e íntimo?

C: Eu sempre me envolvo muito em todos os meus trabalhos, mas a “Tipo Eu” tinha essa preocupação em especial. Tinha a questão do cabelo e eu ia estar escondendo o cabelo até a música sair pra ter esse momento de impacto.  Porque é só no final do clipe, então a pessoa assisti o negócio inteiro sem saber o que vai acontecer no final.

Eu me planejei muito tempo mentalmente para isso, porque eu sabia que eu ia estar sendo gravada, que eu ia ter que ficar com uma cara plena porque ia ficar todo mundo me vendo, eu não ia estar me vendo. Era uma situação de nervosismo e ansiedade, não podia dar nada errado porque não tem como gravar outra vez. 

A “Tipo Eu” foi escolhida para mostrar realmente tudo o que eu queria mostrar nessa nova fase, chegar chegando, chamando atenção. Tudo foi milimetricamente pensado por mim, então tem o meu nome na direção porque eu pensei em cada detalhe. Mas realmente foi um momento especial para marcar essa nova fase da minha carreira. 

LB: Você é uma artista  em transformação, sempre se reinventando, atualmente quais são suas referências musicais?

C: Eu sou muito eclética. Eu vou de Beatles a Barões da Pisadinha é realmente bem amplo. Mas as minhas maiores referências são as divas pop que cresci acompanhando. A Beyoncé é a minha maior inspiração de todas, mas assim como várias outras, Rihanna, Christina Aguilera, essa parada dos anos 2000. 

Tudo isso me moldou na minha identidade musical, mas gostar, eu gosto de muita coisa. Vou do mais conceitual ao mais popular e no Brasil também acompanho tudo o que ta rolando. Sou muito fã de Gloria Groove, eu acho que ela é a mais braba do momento.

LB: Até pegando esse gancho da Beyoncé, nos bastidores de tipo eu, na cena que você ta raspando o cabelo, tem vários hinos da Beyoncé trazendo força.  É muito impactante, é a gente vê esse crossover, assim como eu creio que você cresceu vendo Mix TV, MTV e a gente vê tudo isso se encaixando na sua identidade como artista.

C: Isso é muito louco, até porque agora com o clipe da “Livre, Leve e Louca” tem muito dessas referências. Eu peguei as referências daquilo que eu sempre gostei seja no clipe, seja na música. 

É muito engraçado que quando eu recebi o corte do clipe, eu mandei para as minhas amigas. Elas mandaram uma foto nossa como 12 ou 11 anos, tipo naquela época que a gente fazia street dance e apresentação no colégio. A minha amiga mandou assim “essas meninas estariam orgulhosas da Clau que você virou”. Porque “Livre, Leve e Louca” é aquela coisa que eu criança, pré-adolescente  assistiria e falaria “Meu Deus quero ser essa garota”. 

LB: O que você pode adiantar para nos sobre o seus projetos futuros?

C: Tem algumas músicas já planejadas para soltarmos esse ano. Agora tem o feat com o Pelé, logo vai ter mais feats e vai ser um projeto que eu to criando com algumas artistas mulheres, vai ser um momento bem girl power dessa nova era. 

Faz um tempo que eu tô querendo fazer esse projeto, eu tenho muitas músicas gravadas com mulheres que eu amo. Só que nunca saíram, eu gravei com a Cynthia Luz, Duda Beat e Carol Biazin. São músicas que eu amava, mas por algum motivo acabaram não saindo. Então agora eu coloquei como foco que esse ano tem que sair esse projeto feminino e aí já tá tudo pensadinho, inclusive que vem logo.