2023 começou especial para os fãs do icônico “Acústico MTV“. Nessa nova edição, Manu Gavassi divide o palco com seus convidados especiais Liniker, Lucas Silveira e Tim Bernardes, além de contar com uma banda composta integralmente por mulheres, para homenagear sua ‘ídola‘ Rita Lee. O projeto “O ACÚSTICO MTV: MANU GAVASSI CANTA FRUTO PROIBIDO” vai ao ar na MTV na próxima quinta-feira (02) às 20h20 e chega também ao streaming Paramount+ no mesmo dia, à partir da meia-noite.

Manu Gavassi (de amarelo, ao centro), com Tim Bernardes, Liniker e sua banda feminina: Alana Ananias (baterista), Ana Karina Sebastio (contrabaixista), Juliana Vieira (violinista), Luana Jones (backing vocal), Mari Jacintho (tecladista), Michelle Abu (percussionista), Monica Agena (violinista) e Paola Evangelista Lucio (backing vocal).

No auge de seus 30 anos recém completados, Manu Gavassi estreia seu primeiro projeto de regravação (e em grande estilo). Mas, ao que tudo indica, o único. Em coletiva de imprensa, a cantora afirma que não planeja fazer nenhum outro projeto desse tipo “Eu nunca nem tinha pensado em regravar um artista, eu sempre achei isso muito audacioso. Acho que só porque fez muito sentido para o meu coração aqui (nesse projeto), eu topei e com meu momento de vida e enfim uma identificação que ia além do racional“.

A Escolha

Desde o convite, Manu já sabia que iria homenagear Rita Lee, que tanto a inspira. No processo de criação do projeto, Manu diz ter sida questionada por Lucas Silveira sobre porquê não escolher e regravar apenas algumas músicas avulsas. Logo em seguida ela conta que ele mesmo chegou a conclusão do que motivou a cantora a escolher o álbum “Fruto Proibido” para regravar em forma de homenagem: “Quando eu (Lucas) ouvi o álbum com mais atenção, eu entendi tudo! Tem muito a ver com você (Manu), tem muito a ver com as suas composições, tem muito a ver com essa sua necessidade de descoberta e você ser visceral, e você ser autodepreciativa muitas vezes, mas ao mesmo tempo tem uma força, uma confiança que te move“. Ela ainda completou relatando “Ele (Lucas) falou ‘eu entendi muito você ter escolhido esse álbum depois e faz total sentido’. Então foi incrível“.

Além das palavras de Lucas, Manu tem também seus próprio motivos: “Eu escolhi esse álbum porquê ele fez muito sentido na fase em que eu tô vivendo. Foi uma coincidência fazer as contas e descobrir que a Rita tinha mais ou menos a mesma idade que eu tenho nesse álbum.

Não é coincidência né, são as dúvidas, o agridoce de ser uma jovem mulher na nossa sociedade, sempre foi”

“Um álbum que representa muitos anseios e como é difícil, mas como é maravilhoso e como a gente às vezes é vulnerável e às vezes a gente é forte de uma jovem mulher prestes a fazer 30 anos e se apropriando da própria carreira, da própria história, da própria narrativa, das próprias ideias. Então para mim esse álbum grita isso. Se eu não me identificasse tanto com esse momento com essas histórias, eu acho que eu só ouviria em casa. Não regravaria não”.

Para os que não conhecem, “Fruto Proibido” é o quarto álbum de estúdio de Rita Lee, lançado em 1975. É também o segundo gravado com o grupo Tutti Frutti. Para os que acompanharam Manu Gavassi no BBB, pode encontrar na tracklist a faixa “Ovelha Negra” e a conhecida “Agora só falta você”, dentre outros sucessos.

Criadora e Criatura

Mas nem tudo foi tão fácil. Manu Gavassi confessou que só seguiu com o Acústico quando teve a benção de RitaEu acho que eu só tive a coragem de sugerir isso quando eu entendi que a gente já tinha tido trocas a distância o suficiente para ela entender que o genuinamente amava e respeitava ela eu sou paranoica de qualquer um achar que é uma aproximação oportunista, qualquer pessoa que eu admiro sabe hoje em dia é muito fácil, né?

Cantando sem sair do tom

Manu conta que não queria apenas regravar as músicas de Rita Lee fazendo sua própria versão. Para fazer uma homenagem justa ao talento da roqueira, a artista pop escolheu não mudar os tons. Eu achei esse álbum inteiro muito desafiador. Eu optei e não mudei nenhum tom original. Eu me desafiei a cantar no tom original. (…) Só que eu sabia que era muito desafiador, que era muito rock n’roll, que fazia parte da época, mas que eu ia ter que me desafiar vocalmente como nunca. Eu estava muito na minha zona de conforto há muitos anos.

Mas não foi tão fácil assim sair de sua zona de conforto. Para poder cantar da maneira que imaginava, Manu conta que voltou a fazer aulas de canto com a professora que a acompanha desde seus 13 anos.

Acho que o lance maior é a atitude, não ter medo de cantar, que era o que eu colocava. Eu colocava medo de cantar, medo de cantar errado e isso te trava”

“Eu exercitei muito isso. (…) Foi muito desafiador pelos meus medinhos, inseguranças e zona de conforto (…) A partir do momento que topei, comecei a cantar e comecei a fazer, foi uma delícia. Foi divertido cantar músicas que não são minhas, fazer um show com músicas que não são minhas e eu nunca tinha feito isso na vida. Eu pude me divertir mais com as músicas, não estava tão preocupada em me provar, em nada”.

Orgulho

Durante a conversa, Manu Gavassi revelou que quando pequena, já se imaginava nos palcos e se desenhava performando, vestida com um corset, calça boca de sino e cabelo longo. Durante a performance com Liniker que  ela percebeu que estava justamente igual ao que queria ser quando crescesse.

“Eu estou orgulhando e honrando a minha criança interior, eu já sou o que eu queria ser quando eu era mais nova”. 

https://www.youtube.com/watch?v=AujAnRNcjzI