No dia 27 de janeiro, a tragédia de Santa Maria completa dez anos. Uma década de impunidade e de luta por justiça. Até hoje, familiares das vítimas e sobreviventes do incêndio que ocorreu na Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, em 2013, ainda vivem aquela noite. Durante todo esse tempo, o processo judicial que busca condenar os responsáveis pelo caso teve diversas reviravoltas, mas sem nenhuma resolução. Nesta semana, nos deparamos com duas produções que chegam aos serviços de streamming da Netflix e do Globoplay: uma série ficcional e um documentário. Ambos os projetos estreiam em prol da memória das 242 vítimas, pela justiça e, principalmente, para que não se repita.

Todo dia a mesma noite

A série da Netflix, lançada no dia 25, revive a noite da tragédia na Boate Kiss, que marcou Santa Maria e todo o Brasil em 2013. A produção intitulada “Todo dia a mesma noite” é baseada no livro homônimo de Daniela Arbex, que há anos se uniu aos familiares das vítimas e aos sobreviventes na luta por justiça. Por ter um caráter ficcional, o lançamento divide opiniões. Entretanto, a jornalista rebate às críticas ressaltando a importância de contar essa história para 180 países e defende em suas redes sociais: “Algumas pessoas sustentam que isso não trará esses meninos e meninas de volta. Respondo a essas críticas com uma pergunta: a quem interessa o silenciamento dessa história? Não falar sobre o que aconteceu em 27 de janeiro de 2013 só beneficia os réus e a impunidade. Memória e justiça caminham juntas. Sem memória não há justiça!”. A série de cinco episódios já está disponível no catálogo da plataforma.

Boate Kiss – A tragédia de Santa Maria

O documentário do Globoplay, dirigido pelo jornalista Marcelo Canellas em parceria com a TV OVO, estreia nesta quinta-feira (26). Assim como a outra produção, essa série documental estreia com o propósito de reconhecer e falar sobre a tragédia de Santa Maria como forma de alerta para que essa noite não se repita. Inicialmente, a ideia era contar a história da Boate Kiss usando o julgamento como pano de fundo. Mas com o processo anulado e sem desfecho, o projeto tomou outro rumo: o de mostrar a incansável luta de mães, pais e familiares por justiça. Além de depoimentos de testemunhas e pessoas que vivenciaram a noite de 27 de janeiro de 2013, a produção de cinco episódios traz imagens inéditas do incêndio.