Rodrigo Massa fala sobre o lançamento do seu novo disco ‘La Fiesta‘, que acontece nessa quinta-feira (26), em todas as plataformas digitais, e ainda nos dá um spoilerzinho do que acontecerá com seu personagem na segunda temporada de ‘El Dragon‘, série da Netflix, onde contracena com Sebastián Rulli.

Rodrigo Massa e Sebastián Yatra em cena em 'El Dragón' da Netflix

Rodrigo Massa e Sebastián Yatra em cena em ‘El Dragón’ da Netflix – Divulgação

Para quem não conhece, Rodrigo Massa é um ator brasileiro que foi seguir seu sonho de atuar na televisão mexicana. Foi na Televisa que ele passou a ser reconhecido primeiro pelos mexicanos e depois por nós brasileiros. E nos aproximou um pouquinho mais dos artistas mexicanos que a gente tanto ama nas famosas ‘Lives do Massa’, onde ele batia um papo bem divertido com alguns dos atores e atrizes mais conhecidas por aqui.

Uma das mais especiais, pra mim pessoalmente, foi a que ele fez com Daniela Luján, a Daniela de “O Diário de Daniela‘, telenovela transmitida pelo SBT, e nela pudemos ver o lado ‘gente como a gente’ que a Luján tem e até seu suingue para dar aquela sambadinha e cantar em português.

Mas virar e perguntar pro Rodrigo como foi deixar o Brasil para viver no México, é um clichê que nós já perguntamos em uma outra entrevista, que você pode ler clicando aqui e conhecer mais do brasileiro mais mexicano que conhecemos por aqui.

Mas foi no bate-papo sobre as comparações que Like (telenovela de Pedro Damián) tinha com Rebelde (também produção do Damián) que ele nos adiantou que um projeto discográfico estava a caminho e que esse projeto teria a produção de Güido Laris, produtor musical do saudoso RBD e agora nós do Latinos batemos outro papo com o Rodrigo para entender mais sobre o ‘La Fiesta‘, seu segundo disco, e toda a etapa de produção dele, além dos próximos passos na carreira do Rodrigo Massa. Vamos lá?

Na nossa última entrevista, em 2018, você já falava em lançar um novo trabalho discográfico, como foi que “La Fiesta” saiu do papel e virou realidade? Conta mais sobre isso?

Eu diria que La Fiesta começou a tomar forma durante uma viagem com o meu irmão no final de 2018. A gente fez um cruzeiro pelas Bahamas e, considerando que o mar é a minha maior fonte de inspiração, imagina cinco dias de mar, mar e mais mar! Fazia tempo que eu estava com vontade de gravar músicas mais rítmicas e explorar o território da música urbana. Durante essa viagem eu pedi ao Universo que me mandasse boas idéias, boas melodias… E ele mandou! E no meio daquele ambiente de festa, alegria, música, descontração, lugares lindos e momentos inesquecíveis nasceram essas canções que me levaram a visualizar um possível conceito para o meu novo álbum. Um conceito que girava ao redor de uma música cujo título era perfeito para englobar 12 histórias tão peculiares e tão diferentes entre si: La Fiesta.

Rodrigo Massa, disco La Fiesta

Divulgação

E como foi trabalhar com o Guido Laris na produção do “La Fiesta”?  

O Güido Laris é o produtor musical mais talentoso que eu já conheci. Ele tem uma intuição maravilhosa quando o assunto é música pop. É maravilhoso ver ele trabalhar, pegando um instrumento atrás do outro até achar o som perfeito pra cada momento de cada música. Além do mais ele entende que pra gente um álbum é como se fosse um filho, por isso ele trata cada verso com todo o cuidado do mundo.

Aqui no Brasil ele é conhecido por ter trabalhado com o RBD, mas ele tem no currículo muitos outros trabalhos dentro da música mexicana e até brasileira, né? Teve alguma influência desses outros trabalhos no seu disco? Como foi?

Ele já trabalhou com artistas do mundo inteiro, incluindo do Brasil sim. Compôs e produziu a maioria dos singles da carioca Natália Subtil, alguns dos quais foram temas da novela Chiquititas. Já produziu hits que todo mundo conhece, foi nominado ao Grammy… E com certeza essa é uma bagagem que ele carrega em cada nova produção. Uma vez eu mostrei algumas músicas do meu novo CD pra Gina Castellanos (que também fez Like) e ela perguntou “quem foi o produtor?”, eu disse “Güido Laris” e ela respondeu “sabia!!”. Ele tem um estilo próprio muito identificável e difícil de copiar.

E ter deixado o seu lado mais romântico para investir no mundo da música urbana em espanhol foi muito difícil?

Não. Eu adoro sair, dançar, cantar no chuveiro, fazer faxina enquanto escuto músicas alegres… Então eu realmente queria dedicar um álbum a músicas mais agitadas. Não sou fã de todo tipo de reggaetón. Eu acho que é um gênero no qual é muito fácil cair em lugares comuns e lançar músicas que parecem “tudo igual”. Por isso foi importante pra mim, desde o princípio, estabelecer com o Güido a minha identidade própria dentro deste novo gênero. A minha sonoridade continua sendo pop, com alguns elementos de eletropop que até lembram um pouco o meu primeiro CD (intitulado ‘Único’ – disponível no Spotfy – e também foi produzido pelo Güido Laris), mas desta vez incluímos os beats do reggaetón. Experimentamos inclusive com ritmos brasileiros como funk e batucada. O processo foi muito divertido.

E tem alguma curiosidade do momento das gravações que você possa nos contar? Seja ela divertida ou triste?

Muitas! Eu não diria triste, eu diria emotiva. A última música do álbum é muito especial pra mim. Depois de ter mandado uma gravação caseira pro Güido, ele passou um dia inteiro produzindo a faixa e chegando no estúdio a gente sentou pra escutar. Ele estava um pouco inseguro, ele me falou que não sabia se era isso que eu queria, se estava simples demais, mas que qualquer coisa a gente ajeitava. Ele apertou o play e três segundos depois os meus olhos estavam cheios de lágrimas. Os primeiros acordes me lembraram muito o meu pai tocando “Aquarela” do Toquinho. Era a minha música favorita e sempre que ele pegava o violão ele tocava pra mim. Obviamente não mexi em nada e o Güido ficou emocionado de ter acertado em cheio.

Um momento divertido foi um dia que precisávamos gravar muitas vozes diferentes pra algumas das músicas mais “festeiras”. Só que não tínhamos muitas pessoas diferentes. Então o Güido colocou todo mundo pra trabalhar. O assistente, o irmão do assistente, o meu irmão que também foi me visitar no estúdio esse dia. E até o Güido mesmo! Detalhe que a maioria das coisas que eles tinham que gravar eram em português. Então tive que dar um curso rápido de pronúncia para os mexicanos! Além das partes cantadas tínhamos que gravar palmas, bater os pés no ritmo, fazer bagunça… e pra maioria era um pouco difícil coordenar tudo isso. Demos muita risada, algum dia publicarei os vídeos no instagram.

Rodrigo Massa, disco La Fiesta

Divulgação

E o que podemos esperar do “La Fiesta”? 

La Fiesta vem com 7 músicas em espanhol, 1 em inglês e 4 inéditas em português! Este álbum é uma viagem por todos os processos pelos quais diferentes pessoas passam durante uma mesma festa. Nas primeiras músicas temos a turma do “quero dançar, quero me divertir, quero paquerar, quero me acabar”. Aí depois vem a galera do “conheci alguém, estou me apaixonando, é o amor da minha vida, pronto casei”. Tem o time da amizade colorida. O time “lembrei do ex”. O time “liguei pro ex”. O esquadrão “saí pra beber porque o meu relacionamento está uma porcaria”… Todas essas tribos encontrarão uma música com a qual vão se identificar neste novo álbum.

Teremos videoclipe? 

Este ano lançarei três clipes. O primeiro deles será “La Fiesta” e vai estrear mês que vem. Não posso falar muito mas prometo que vai causar!

Colaboração com algum artista?

A única colaboração do álbum é Al Fin Te Encontré, com a Macarena García, uma das protagonistas da novela Like. A gente se conheceu nos bastidores, quando fui incluído no elenco, e surgiu uma amizade bem bacana. O single foi lançado no final do ano passado e o clipe fez bastante sucesso no YouTube. Ficou lindo.

E a música em inglês pode ser considerada um passo dado para conquistar o mercado de fala inglesa?

Com certeza, agora que estou morando em Vancouver quero aproveitar para conquistar esse mercado. Estou trabalhando com uma assessora de Los Angeles e desenvolvendo uma nova estratégia. Já fiz um show aqui no Canadá e várias aparições em canais de televisão americanos como KDOC e LATV. As músicas em espanhol estão na moda aqui e isto é suficiente para abrir muitas portas. Mas durante os próximos anos com certeza gravarei mais músicas em inglês.

E agora que você tá no Canadá, teremos novidades de Rodrigo Massa nessa vertente da língua inglês? Seja na música ou na atuação?

Sim, {me mudei} em julho do ano passado. Assinei contrato com uma agência daqui e estou super feliz. Assim que cheguei fiz uma participação na série The Flash, gravei campanhas para marcas americanas importantes e agora estou me preparando para o meu novo projeto Made in Canada, um musical maravilhoso que terei a honra de protagonizar. A estréia foi adiada por causa do coronavírus mas em julho estaremos prontos para dar vida a esta emocionante história sobre a luta dos imigrantes latinos.

Tem sentido falta de alguma coisa que no México tem e ai no Canadá não tem? Nem vou perguntar de coisas que aqui no Brasil tem e nesses países não tem e que te dão saudade, pois a lista deve ser enorme, né?

Da minha mãe, meu irmão, meus gatos, meus amigos… De comida, sinto muito mais falta de coisas do Brasil. Pastel, coxinha, pizza, bolachas, requeijão, doce de leite… entrar numa padaria e me acabar! E confesso que sinto saudade dos estúdios da Televisa, do meu trabalho na televisão mexicana. Mas estou feliz aqui, conquistando coisas incríveis em um lugar muito competitivo.

E seus fãs brasileiros podem esperar alguma visitinha sua por aqui para divulgação do “La Fiesta”? Ou só pra dar um oi, como em outras passagens suas por aqui?

Com certeza! Se Deus quiser irei em janeiro de 2021. E não vai ser só um oi não, quero ficar um bom tempo. Já passou da hora de fazer um show no Brasil e visitar várias cidades para divulgar este novo projeto direitinho.

O que o Rodrigo Massa de hoje têm de diferente do Rodrigo Massa de 9/10 anos atrás quando ele se jogava nesse mercado ‘do entretenimento’?

O Rodrigo Massa de 10 anos atrás nunca teria saído da Televisa, no seu melhor momento dentro do canal, para ir atrás de uma oportunidade tão incerta. Mas o de hoje entende que para conquistar um sonho tão grande é preciso fazer certos sacrifícios. E o Rodrigo Massa de hoje entende que neste mercado é preciso saber produzir o seu próprio conteúdo.

Há 10 anos eu ia fazer os meus testes e depois ficava em casa torcendo os dedos pra Televisa me dar uma oportunidade. Hoje eu sei que essas oportunidades de canais grandes são fundamentais para construir uma carreira. Mas não são tudo. Cada vez que chego em casa estou inventando coisas pra fazer. Primeiro foi um blog de viagens no YouTube, depois o projeto de entrevistas em português com atores da Televisa, novas músicas, novas parcerias… Eu tento, vejo se dá certo. Se não dá, bola pra frente, próxima ideia. Eu não tiro folgo nunca!

E de igual?

Eu continuo pulando cada vez que atendo o telefone e me falam que eu vou fazer um novo filme, série, novela ou peça de teatro. Ainda me emociono como se fosse o primeiro projeto da minha vida. Eu ainda sou muito tímido e inseguro. A única diferença é que eu já sei disfarçar bem melhor. Sou desorganizado, distraído, desastrado, vivo pospondo as coisas até não dar mais. Acho que essas coisas não têm cura. Continuo escutando o mesmo tipo de música (pop), obcecado com a mesma série (Friends), com a mesma cantora (Fey), com a mesma bolacha (Passatempo)… coisas bobas que eu achava que iam mudar quando eu crescesse mas continuam iguais.

Você diria alguma coisa para esses ‘dois’ Rodrigos?

Para o Rodrigo do passado eu aconselharia não perder tempo com certos projetos que não me levaram a nenhum lugar. A boy band na qual estive durante 3 anos por exemplo, na qual foquei muito do meu tempo, meu esforço e até meu dinheiro. Para o de hoje, eu recomendaria comprar uma agenda porque ele precisa ser um pouco mais organizado para dar conta de tantos compromissos…

E o Rodrigo poliglota, como tá? Rsrs lidar com tantas pessoas e idiomas diferentes, como tem sido?

Aprendendo uma nova língua como sempre! Desta vez o desafio é aprender polaco. Às vezes o meu cérebro dá tilt… Vancouver é uma cidade extremamente multicultural. Então é comum estar no meio de um grupo de amigos onde tem mexicanos, brasileiros, italianos, canadenses, etc. E em várias ocasiões eu já tive que ir mudando de uma língua pra outra na mesma conversa. Geralmente começa bem mas aí o cérebro trava e eu viro e falo em espanhol com o brasileiro, em francês com o mexicano, em português com o canadense… Como dizem no México, parece que enroscam os fios!

E, para finalizar, nem é uma pergunta em si mesmo, mas tem alguma coisa que não te perguntei aqui e que você gostaria de contar pra gente? Alguma novidade? Algo exclusivo pros leitores do Latinos Brasil? 

Dia 17 de abril é a estréia mundial da segunda temporada de El Dragón na Netflix! Estamos todos muito ansiosos. A reação do público à primeira temporada foi excelente. Apesar de que tem muita gente que não é muito fã do meu personagem (Piero) porque ele só apronta com o personagem do Sebastián Rulli (Miguel). Mas vocês sabem que sempre chega um ponto em qualquer história no qual o vilão tem que começar a se dar mal né… e o Piero vai ter grandes desafios durante esta segunda temporada. Então bora maratonar e não esqueçam de dar uma passadinha no meu Instagram @soyrodrigomassa para me falar o que estão achando da série!

https://www.youtube.com/watch?v=0ptAiDFVEdk

Então, não perca tempo e ouça agora o novo disco de Rodrigo Massa: “La Fiesta” e aproveitem para desejar parabéns para o brasileiro que está fazendo aniversário hoje (26 de março) em uma ‘fiesta‘ perfeita.