Precisamos falar sobre a série “Elite”
Produções que a maior parte do enredo é centralizada em colégios, além de render boas histórias, conseguem garantir espaço na roda de conversa no universo jovem. Agora imagine os clichês adolescente somados com investigação criminal, representatividade e um elenco popular. Assim surge “Elite”, a nova série espanhola, original Netflix.
Muitas pessoas estão rotulando como “trama teen para maiores“, ou versão adulta da novela Rebelde. Que a trama é destinada ao público mais maduro, isso é verdade, pois a sua indicação é para maiores de 18 anos, já que conta com cenas de sexo, violência, e palavras de baixo calão; mas sua semelhança com a novela mexicana é apenas no uniforme, e o fato de se passar em uma escola elitista com abertura para alunos bolsistas.
“Elite“, apesar de ter uma premissa que já foi muito explorada em outras produções, ela traz um enredo moderno que aborda temas pouco vistos, mas que vêm ganhando força aos poucos na dramaturgia, como HIV, o tráfico, a poligamia, voyeurismo, religião, entre outros tabus.
Ainda que seja positivo estas inclusões para a série, elas podiam ter sido mais aprofundadas, pois alguns assuntos ficaram rasos, como na questão de uma personagem palestina.
A série já começa com um interrogatório policial, que está em busca do assassino, ou assassina, responsável pela morte de um dos estudantes que ocorreu seis meses atrás. Para que possamos entender como tudo aconteceu, a gente volta no tempo, e acompanha de onde toda a história começa.
Samuel, Christian e Nadia, são três jovens de classe média que ganham uma bolsa de estudos no colégio para jovens ricos Las Encinas, após o prédio em que eles estudavam desabar devido a uma obra mal feita pelo construtor, pai da protagonista interpretada por María Pedraza. A atriz também viveu Alison Parker, em La Casa de Papel, que aliás, volta neste a trabalhar com seus colegas, sendo eles os atores Miguel Herrán, que interpretou o Río, e agora dá vida ao Christian, e o Jaime Lorente, que interpretava o Denver, mas agora faz o Nano.
Samuel (Itzan Escamilla) é o nosso personagem principal, um rapaz simples e inteligente cujo irmão acabou de sair da prisão. No primeiro dia de aula, ele já é totalmente ridicularizado pelo líder dos populares por ser garçom. Christian é o rebelde extrovertido que sonha em ser importante, e Nadia é uma palestina que deseja se tornar a melhor aluna da classe.
Quando os três jovens começam se relacionar com os outros alunos, considerados pelos professores os futuros líderes da Espanha, todos começam a se envolver em uma trama de traições, intrigas, promiscuidade, chantagens e mentiras, repleta de reviravoltas a cada episódio. Este choque social é que culminará no terrível e misterioso assassinato.
É impossível o telespectador não acompanhar a história e não sentir que faz parte dela. Pois assim como os policiais, você começa a investigar, porém, a cada capítulo você muda a opinião em relação ao responsável pelo crime, pois a narrativa te conduz, e a cada momento faz com que você crie uma nova teoria da conspiração.
O que a série acaba pecando são em algumas cenas de briga, exibidas em câmera lenta, e também na questão de ferimentos, que ao contrário do famoso corte na testa do Clay em 13 reasons why, cicatrizam num passe de mágica. As atuações são boas, não chegam ser representadas com excelência, mas há química entre os atores.
Por falar em elenco, outra atriz conhecida pelo público brasileiro, principalmente aos que cresceram acompanhando as novelas da Televisa, faz parte desta produção espanhola. Se você assistiu Maria Belém, e Amy, a menina da mochila azul, no SBT, agora verá o quanto Danna Paola amadureceu. A estrela agora vive uma personagem diferente de seus papéis doces que interpretou no passado, se trata da arrogante Lu, uma garota extremamente mesquinha e chantagista. Além de atuar, a estrela colabora na trilha sonora, cantando o tema “Final, Feliz“. Confira o clipe oficial, que contém cenas da trama:
“Elite” tem apenas 8 capítulos em sua 1° temporada, e deixa uma brecha para ganhar sequência. É uma série que provavelmente se tornará uma das queridinhas da Netflix, se já não é. Vale a pena maratonar.
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Formado em jornalismo, amante de séries e filmes. Ouvinte de música latina e sertaneja. Pacífico e observador.
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