Trama mexicana, mas com muitas referências de grandes sucessos estadunidenses está fazendo o maior sucesso na Netflix. Claro que estou falando da série “Control Z“, que chegou na plataforma na última sexta-feira (22) e não saiu do TOP 10 das séries mais vistas do streaming.

Control Z foi criada por Carlos Quintanilla (“Mujeres Asesinas”), Adriana Pelusi (“O Casamento da Vovó”) e Miguel García Moreno (“La Candidata”), e traz no elenco Ana Valeria Becerril (“Muerte al Verano”), Xabiani Ponce de León (“Violetta”), Michael Ronda (“Sou Luna”), Lidia San José (“Luis Miguel: The Series”), Paulina Castro (“A Casa das Flores”), Andres Baida (“Los Elegidos”) e Mauro Sanchez Navarro (“Atrapada”).

A trama está cheia de clichês, mas calma, isso não quer dizer que Control Z seja apenas mais uma série teen. Temos que entender que a Netflix encontrou seu nicho adolescente e está investindo cada vez mais nisso, melhorando a cada novo projeto, e trazendo alguns fragmentos novos.

A história concentra-se em eventos em uma escola chamada El Colegio Nacional, depois que um hacker vaza segredos de estudantes para toda a escola, levando a uma mudança completa na ordem social usual. Sem ninguém a salvo da suspeita, Sofia (Ana Valeria Becerril), marginalizada socialmente, decide descobrir a identidade do hacker misterioso antes que mais segredos sejam revelados.

Logo de início já percebemos que Sofia não é de levar desaforo e muito menos sabe lidar com injustiças, e com esses ataques virtuais movimentando o colégio ela é é chamada para tentar descobrir quem é que está por trás de todo escândalo, já que ela sempre foi uma aluna mais observadora e calculista.

No meio disto tudo, ela começa uma leve aproximação com Javier, interpretado por Michael Ronda. Ele é o novo aluno da escola que inicia na trama um tanto deslocado, mas que assim que se aproxima de Sofia, começa nutrir um sentimento por ela. Esse amor todo acaba tendo como barreira os constantes problemas ao seu redor. Seu personagem é uma das primeiras pontas soltas, e talvez a que precise com mais urgência  a ser tratada pela segunda temporada, caso haja uma.

(Imagens de divulgação Netflix)

As atuações são bem convincentes, os personagens são bem trabalhados, ainda que na questão das investigações os personagens ultrapassam os limites da realidade, mas ainda assim não chega ser tão problemática pra série, bem longe disso.

De início, eu fui assistir apenas para conferir o motivo da popularidade imediata após a estreia, isso sem nem ao menos ler sinopse, ou procurar saber quem eram os interpretes. Quando me dei conta eu já tinha devorado a série, pois alem dela instigar, Control Z conta com apenas 8 episódios tendo um pouco mais de meia hora cada. Convenhamos, quando o assunto é privacidade  e exposições de segredos, isso atiça a curiosidade de qualquer um.

O molde criado para Control Z não é muito diferente do que aquilo que nos foi mostrado em Elite, mas digamos que ela seja um pouco mais com os pés no chão. São adolescentes vivendo problemas adolescentes.

Estes problemas reais, e sem o uso de personagens muito estereotipados, são bem trabalhados, casando diretamente  com o preconceito que a sociedade ainda carrega, como por exemplo a transexualidade, que diga-se de passagem, fez bem em ter escolhido a Zión Moreno, mulher trans para dar vida a personagem, o “macho alfa”, que esconde seu vício em pornô gay, a aluna lésbica que tem um caso às escondidas, entre outros segredos.

(Netflix)

O ponto positivo para Control Z é utilizar esses diversos temas de uma forma natural, leve e nada apelativa. As reviravoltas não tardam, e mesmo após a revelação do personagem responsável por expor todos os alunos, a história não decai e te segura até a ultima cena do capitulo final, o que não é tão genial é a motivação, que acaba sendo um pouco rasa, porém é uma ótima indicação para maratona. Vale a pena.

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