María León teve recentemente a parceria com Wanessa Camargo lançada nas plataformas digitais. A música em questão é ‘Inquebrável‘, que, originalmente se chama ‘Inquebrantable‘ e foi o primeiro single como solista da mexicana, que antes disso, e durante anos, foi a vocalista principal do grupo ‘Playa Limbo‘.

María León, em uma decisão em conjunto, optou por deixar o posto principal do grupo mexicano para se dedicar a atuação na telenovela ‘Guerra de Ídolos‘, que atualmente faz parte do catálogo da Netflix, e a partir disso se dedicou à sua carreira solo e vem conquistando os quatro cantos do mundo, incluindo o Brasil.

Nós do Latinos Brasil conversamos com ela com exclusividade, e María nos contou um pouco de como foi esse processo de deixar um grupo musical com bastante sucesso em seu país, e diria eu, que em todos os países hispanohablantes também, para e tornar uma cantora solo e trilhar seu próprio caminho.

María León

Divulgação

Confira a entrevista:

Latinos Brasil: Você foi parte fundamental do sucesso do grupo ‘Playa Limbo’, como foi deixar para trás isso para começar a sua carreira como solista?

María León:Playa Limbo’ foi uma etapa muito importante na minha vida, é uma história que levo com muito carinho na minha pele, com todos os ensinamentos que tive com eles. E na verdade foi uma decisão mutua quando tive a oportunidade de participar de uma série que se chama ‘Guerra de Idolos’, que não foi fácil, tive que fazer muitos testes para pode dar vida ao meu personagem. Eu comentei que queria fazer parte da série, por que…  Obviamente fazer parte de um grupo com muitos compromissos, houveram muitos outros papeis, projetos que eu tive que rejeitar por dar prioridade ao grupo. Mas nesse caso, era um projeto que não poderia deixar passar, pois havia lutado muito para ficar nesse projeto. Além de eu ser protagonista e que minha personagem cantava, tocava violão, era esportista, também tinha a oportunidade de escrever canções e músicas para a série. Então, eu sugeri a opção de que me esperassem até que eu terminasse de gravar a série, mas isso me pareceu muito egoísta, pois eu trabalharia e eles não. Mas também tinha a opção de que eles seguissem com outra cantora e foi a decisão que eles tomaram. O que eu achei lógico. E foi o que fez com que tomássemos caminhos paralelos dentro da música. De alguma forma, isso também me ajudou a ter um amadurecimento pessoal, pois assim que essa decisão foi tomada, eu fiz a série. Mas nesse momento eu não tinha a intenção de ser solista, eu só queria fazer esse projeto. Mas eu já não fazia parte dos planos do grupo. Depois disso fui aos Estados Unidos, fui estudar atuação. Passei uns dois anos procurando o que eu queria em nível musical, criando a minha própria plataforma, minha própria linguagem, minha própria mensagem. E também seguir como compositora mulher dentro da indústria da música, plantando, também, meu ponto de vista feminino. E foi um presente… Quer dizer, desde então me sinto muito feliz com as coisas que escrevo, sinto esse compromisso de escrever desde o meu ponto de vista de compositora, de mulher. E ainda que eu lembre com muito carinho, com muito amor esse caminho que vivi ao lado dos meus companheiros de ‘Playa Limbo’, que eu os amo e os adoro muito. Mas não há nada mais gratificante que ter começado esse caminho sozinha, que me encheu de desafios e ensinamentos. E tudo isso me tornou uma artista mais valente, mais atrevida e que tem a necessidade de se renovar constantemente.

Por qué María León abandona el grupo Playa Limbo? [VIDEO]

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LB: Tem alguma lembrança dos tempos de ‘Playa Limbo’ que possa compartilhar com a gente, sejam momentos tristes ou felizes?

María León: Ah, claro. Tenho lindas lembranças dos meus momentos com ‘Playa Limbo’ e um dos que mais lembro é do nosso primeiro show em 2004 ou 2005. Foi quando tivemos nosso primeiro show completo, com iluminação, cenário… a minha família estava toda lá, meus avôs ainda eram vivos. E eu lembro perfeitamente porque foi o inicio do que sabíamos que ia ser uma carreira de muito amor, de muito trabalho, e eu nunca vou esquecer isso.

LB: E o que você sentiu quando se viu sozinha em cima de um palco?

María León: Tenho o privilegio de saber que o palco é um lugar onde eu me sinto feliz, e isso desde que tenho quatro anos. A primeira vez que subi em um palco eu tinha essa idade e foi dançando Ballet “Quebra-nozes” e ali eu já soube que o palco iria fazer parte da minha vida. E foi maravilhoso porque de alguma maneira me ajudou a escapar de muitas coisas. Quando era criança sofria muito bullying, era uma criança mais gordinha, tinha problemas com minhas pernas; e o palco se tornou esse lugar onde eu poderia ser o que eu quisesse ser e me sentia feliz. Então… Tive também outras oportunidades de estar sozinha em cima de um palco fazendo comédia musical… Mas quando tive a oportunidade de planejar meu próprio projeto, minha própria música sozinha foi uma experiência inesquecível. Tive que entender a responsabilidade de estar em cima de um palco, não somente como cantora, não somente como mulher, mas também como parte de uma mensagem importante que tinha que passar. Cada vez que estou no palco, principalmente agora quando estou sozinha, é muito importante entender que a música não é para alimentar o meu ego. É um serviço às pessoas, é para conectar o público, é para entreter as pessoas, para que elas possam se emocionar. Para que possam sentir felicidade, tristeza, conexão. E eu só pude entender de verdade isso quando estive em cima de um palco sozinha, com meu projeto, com minha música.

LB: Alguma lembrança desse inicio como solista que queira compartilhar com a gente?

María León: Meu primeiro show… Trabalhei com meu produtor musical durante muitos meses, mas antes disso eu já estava há muito tempo compondo, trabalhando na melodia das minhas músicas… Mas em dezembro de… Acho que de 2017, mais ou menos, recebi uma proposta para um show e tivemos apenas dois meses para montar o show, foi tudo muito rápido. Meu primeiro show foi em uma linda cidade chamada Tulancingo (região metropolitana da Cidade do México) e foi sold out. Tinha muito compromisso, muita ansiedade, muito nervosismo. Não sabia se as pessoas iam gostar da minha música nova. Logicamente tinha canções de ‘Playa Limbo’ que acabei colocando no show, como uma lembrança de todo esse caminho; mas a maioria das canções eram inéditas. Então ao ver que as pessoas conseguiram se conectar comigo, com minhas músicas inéditas, foi como uma reconfirmação de que o que estava fazendo era o correto.

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LB: Depois que saiu do grupo, além de investir na sua carreira como solista, investiu na sua carreira como atriz e interpretou a protagonista de ‘Guerra de Ídolos’, como foi isso pra você?

María León: Bom, ‘Guerra de Ídolos’ foi um divisor de água para muitas coisas na minha vida. Um lindo projeto onde conheci uma família, que hoje os levo no coração, que conversamos, que continuamos nos vendo. (Guerra de Ídolos) Me fez entender como é importante também se preparar como atriz. Eu sempre estudei atuação, desde que era uma menina, mas durante meu caminho com ‘Playa Limbo’, estive dez anos sem estudar. Então antes de começar de fato, voltei a estudar atuação e depois de ‘Guerra de Ídolos’ eu soube que a atuação tinha que ser parte da minha vida. É uma forma de dar vida a algo maior que você. E a partir disso, para mim foi um divisor de água estar estudando constantemente, de estar me preparando, de ter minhas ferramentas prontas para trabalhar. E graças a isso, tive essa necessidade de continuar “curiando” esse novo caminho. E o fato de que meus companheiros de ‘Playa Limbo’ tenham tomado a decisão de seguir seu rumo com outra cantora, me ajudou a poder tomar decisões de estar em outros projetos atorais ou musicais, e até em outros projetos que em breve poderei compartilhar com vocês. Mas foi algo importante na minha vida e que lembro com carinho. Se naquele momento eu não tive o reconhecimento que esperava, atualmente é um grande projeto, aclamado em plataformas importantes como a Netflix. Está presente da África do Sul, na França, na Venezuela, no Brasil, na República Dominicana; e me ajudou a ser conhecida em muitas partes do mundo, que talvez só com a música, eu poderia não ter chegado lá.

LB: Ainda que ‘Guerra de Ídolos’ tenha sido uma novela, ela falava de música. Foi mais tranquilo para você por envolver a música na atuação?

María León: Sendo parte de uma telenovela musical, acredito que em vez de facilitar as coisas, se torna um desafio maior. Um desafio maior porque a parte musical tem que ter uma qualidade maior e, ao mesmo tempo, a parte da atuação não pode ser descuidada. E havia cenas em que as duas coisas estavam envolvidas. Uma cena com o lado autoral mais dominante, outra com a parte musical mais dominante. Então se tornava um compromisso duplo na hora de fazer uma cena que tinha que ser feita sem cortes; e isso se tornou um grande desafio pra mim e um aprendizado que sempre vou agradecer.

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LB: A Wanessa Camargo quis cantar o seu single como solista ‘Inquebrantable’, com participação sua. Como foi que isso aconteceu?

María León: Para mim o fato de trabalhar com a Wanessa sempre foi maravilhoso, pois é uma artista que admiro, que amo muito, mais ainda agora. Mas, no começo, quando me propuseram trabalhar com ela, muito antes de conhecê-la, me pus a pesquisar sua vida, sua carreira, seu desempenho em cima de um palco, fiquei muito admirada. Fiquei muito curiosa por conhecê-la, por trabalhar com ela. E quando ela me disse que queria interpretar ‘Inquebrantable’ em português, eu disse sim, com certeza sim, o que você quiser. Ela fez uma tradução incrível da letra. E, para mim, esse feat significa essa união de duas mulheres que lutaram muito pelo o que querem e que podem ser esse brilho para fazer alguém lutar por seus sonhos, pode se converter em uma inspiração e para mim isso é uma grande honra. É um privilegio cantar ao lado da Wanessa que tem uma voz espetacular, que é bailarina, que é atriz, que merece todo minha admiração, meu carinho. Uma canção que foi tão importante na minha vida, muito além do que ela pode gerar em nível musical, pessoalmente falando, Inquebrantable é uma canção que me sustentou durante muitos anos. Ela foi escrita com a necessidade de me fazer entender todo esse caminho que me trouxe a onde estou hoje, e não perder os ânimos. Agora, ela já se tornou isso para muitas pessoas e isso tem um valor muito grande para mim, muito importante.

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LB: E através dessa música as portas do mercado musical brasileiro se abriram para você, e isso não é muito fácil de acontecer. Mas você teve uma madrinha e das grandes. Como foi seu contato com a Wanessa?

María León: Bom, sei que o mercado brasileiro é muito importante e, de verdade, não poderia ter entrado a esse mercado de uma maneira melhor, que tendo como madrinha Wanessa. Que é tão amorosa, tão carinhosa, com um público tão fiel, que a seguem há tantos anos e que fazem parte da vida da Wanessa. E isso eu valorizo e agradeço imensamente. Eu a amo! Wanessa e eu só nos vemos duas vezes na vida, mas nos queremos muito. Conversamos pelas plataformas digitais e estamos sempre nos preocupando uma com a outra todos os dias, e temos uma vontade enorme de voltar a nos ver em breve e de poder cantar, pela primeira vez, ao vivo juntas uma canção como ‘Inquebrantable’.

LB: E você sabe falar alguma coisa em português?

María León: Antes de ter a oportunidade de gravar a canção com a Wanessa, nunca tinha tido a oportunidade de falar uma palavra se quer em português. E até hoje, a única coisa que gerou em mim, foi uma curiosidade enorme de poder aprender o idioma. Não é fácil, pois a pronunciação é complicada. Vocês têm sons que não estamos acostumados a fazer aqui no México. Como o som do ‘R’, do ‘J’, do ‘S’, do ‘Z’, mas continuo com uma grande curiosidade de aprender português para que se algum dia eu tenha a oportunidade de ir ao Brasil, possa falar alguma coisinha em português.

LB: Então quer dizer que quando tudo isso acabar, podemos te esperar aqui no Brasil?

María León: Tenho a intenção de que quando tudo isso acabar, possa ir ao Brasil, dar um abraço, um beijo enorme na Wanessa; tentar conhecer um pouco dessas pessoas que tanto amor e carinho estão dando a canção ‘Inquebrantable’, mas, principalmente, poder cantar juntas. Essa conexão que temos juntas, desde mais de um ano, seguindo em frente com essa canção, mas que nunca pudemos cantar ao vivo juntas, o único que gerou em nós intensificar essa vontade de estar juntas, de poder cantar para todas as pessoas no Brasil. E que ela também venha ao México, cantar por aqui.  E que essa conexão que temos também esteja presente em um palco através da música.

LB: Falando do momento atual do mundo, você fez parte da nova versão da canção ‘Resistiré’, que ficou conhecida como ‘Resistiré México’, que nasceu para ajudar os afetados pelo coronavírus, certo? E o que você está fazendo nesse momento de reclusão? Nem todos os dias são fáceis, verdade?

María León: Ter sido parte de uma canção como Resistiré no México, que não é somente uma canção divertida, é uma canção que dar forças. É também compartilhar uma canção com muitos colegas da indústria da música, e não somente do pop, de todos os gêneros. Torna-se ainda mais importante quando existe a missão de que essa canção funcione para as pessoas que vão necessitar dela nesse momento de Covid-19.  Quer dizer, tudo o que for gerado por essa canção, seja em plataformas de música ou vídeo, está sendo destinado para ajudar a combater os efeitos do coronavírus. Foram mais de 854 espaços criados com esse dinheiro, além de ter dado mais facilidade de atenção para pessoas que precisassem de um atendimento mais especializado por conta do novo vírus. E isso me enche de orgulho, de felicidade. Já são mais de 8 milhões de visualizações e isso é muito gratificante, pois também ajuda a que as pessoas também coloquem seu grãozinho de areia só com o fato de dar um play ou uma visualização na canção.

LB: Aqui no Brasil, os cantores estão fazendo lives com seus shows para arrecadar fundos para diminuir os efeitos do Covid-19, podemos esperar algo parecido da sua parte através das redes sociais?

María León: Claro que sim! Não há nada que me dê mais satisfação que a música tenha seu objetivo alcançado. Além de unir, como eu te comentei, a música também tem seu serviço social perante o público. Sou parte de várias iniciativas para ajudar nesse momento de COVID-19 que estamos vivendo, mas sem nenhuma dúvida estamos preparando um show, que através dos ingressos vendidos, o dinheiro arrecadado vá para o setor de saúde ou a todas as pessoas que têm essa necessidade a nível monetário. Porque se sabe que o vírus afetou muito a economia, pelo fato de todas as pessoas estarem em isolamento.

LB: Agora, já para terminar, tem alguma pergunta que você já está cansado de ter que responder sempre? E também o outro lado, existe alguma pergunta que nunca te fizeram e que você quer aproveitar esse espaço para falar? Qualquer coisa, hein?

María León: Pois, realmente, levo toda a minha vida respondendo as mesmas perguntas, mas gosto de respondê-las, pois a cada vez que respondo, respondo de uma forma diferente. Eu como artista, como mulher e como pessoa, no passar dos anos, coisas vão mudando em mim, e isso faz com que eu tenha uma visão diferente das coisas também. Então, eu não me canso de respondê-las, pois sempre há algo novo a se dizer, sempre há um fato novo a apontar. Mas poderia te dizer algo que talvez poucas pessoas saibam: nessa quarentena, independentemente de ter vivido muitas coisas, sim houve momentos de descanso, sim houve momentos de frustração, de ansiedade. Houve momentos de tristeza, onde sinto falta de pessoas que amo, pois tive que passar por essa quarentena sozinha com minha cachorrinha. Mas essa quarentena também me deu muita criatividade, e estou escrevendo um disco de cumbias, que parte principalmente da inspiração de alegrar a vida das pessoas. De fazer as pessoas dançarem, ficarem felizes, que com a música possam esquecer um pouco dos seus problemas. No México, imagino que no Brasil também, e em todo o mundo, as pessoas esquecem um pouco dos seus problemas dançando, não é mesmo? Ou em uma festa. E é isso que eu quero transmitir às pessoas com a minha música.

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PINGUE-PONGE

Música –  vida

Atuação – generosidade

Playa Limbo – história

Inquebrantable – fênix

Duo com Wanessa – empatia, fodas (risos)

Cantor(a) com quem gostaria cantar – sempre sonhei com cantar com Rachel Ferrer, uma cantora que admiro com todo meu coração, mas com certeza nem sabe que eu existo, mas é um sonho que vive comigo

Ator ou atriz com quem gostaria atuar – gostaria de fazer um filme de ação com The Rock

Personagem dos sonhos – um personagem que está em minha vida e nos meus sonhos é Frida Kahlo, é uma figura que minha mãe me apresentou para criar essa conexão do que eu era, do que eu poderia gerar, uma mulher que tinha monocelha como eu, que usava um aparelho como eu e que todas as suas tristezas e angustias e felicidades, as expressava através da arte. E isso se tornou uma inspiração para mim da vida e dos sonhos.

Telenovela que marcou a sua infância – tinha uma novela que eu nunca perdia, que se chamava  “Agujetas de color rosa”, que tinha uma mulher, uma menina que tinha o sonho de ser patinadora, mas que teve muitos obstáculos para conseguir chegar lá. Entre eles o amor, desamor, o apoio familiar, uma lesão, e eu acho que ela me marcou muito e me fez entender todas as dificuldades que podem existir em um sonho tão ambicioso como era a patinação, ou como pode ser a música, ou como pode ser a dança.

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