*Pode conter spoiler e gatilhos de violência e morte

O que acontece ao juntar várias pessoas cheias de traumas em uma série de situações ainda mais traumáticas? “Loucos por Justiça” com certeza não traz a resposta, mas mostra na prática o impacto das ações na vida das pessoas e como isso contribui.

O filme, que chega hoje nas plataformas digitais, traz grandes nomes que comprovam a qualidade da produção. Escrito e dirigido pelo vencedor do Oscar, Anders Thomas Jensen, o longa-metragem é protagonizado pelo dinamarquês Mads Mikkelsen (conhecido por “Rogue One: Uma História Star Wars” e “Druk: Mais uma Rodada”), que vive Markus, um militar em campo que é forçado a voltar para casa após a morte de sua esposa.

Mas este não é o ponto de início do filme. “Loucos por Justiça” mostra como fatos isolados, em lugares distintos, trazem inúmeras consequências na vida de várias pessoas. Partindo disso, o filme começa com a compra de uma bicicleta, e o roubo de outra. Que faz com que Mathilde (Andrea Heick Gadeberg) e a mãe viagem de trem e sofram o acidente. E a partir daí sim que o filme se inicia. No acidente, Mathilde perde a mãe e conhece outra vítima, Otto (Nikolaj Lie Kaas), que tenta entender o que de fato aconteceu na ocasião.

Foto: Divulgação/Anders Overgaard

É difícil mostrar como a vida de tantas pessoas pode ser afetada por um único acidente, mas o filme tenta. E em 1h55 de duração, isso não acontece perfeitamente.  Com ritmo corrido e cortes bruscos de cena, o filme deixa a interpretação do espectador dizer o que está acontecendo nos primeiros momentos.

Em geral, o roteiro costura bem como histórias totalmente diferentes acabam se conectando no enredo central e como pontos, que antes pareciam aleatórios, contribuíram para o desenrolar completo da história. Mesmo ligando bem os pontos, o filme termina com alguns questionamentos bem importante em aberto.

Apesar de ser um suspense, “Loucos por Justiça” traz cenas um tanto quanto cômicas, com a difícil missão de balancear o filme, impecavelmente aliás. Além de cenas com humor levemente ácido, Otto (Nikolaj Lie Kaas) e Lennart (Lars Brygmann), além de serem chaves para a história, trazem também a leveza cômica necessária para dar algumas risadas no meio de tanta tensão (com um certo peso na consciência, diga-se de passagem).

Para além da justiça, o filme mostra laços humanos e até o limite que se pode chegar até reconhecer que precisa de ajuda. “Loucos por Justiça“, no geral, é realmente muito bom. O que estraga, de certa forma, é o final feliz, mas que faz todo sentido, costurando a cena final com a inicial.

Muito mais do que gangues e violência, o filme é sobre as possibilidades e suas consequências, como afetam a vida das pessoas.

Foto: Divulgação/Kasper Tuxen

 

SOBRE O ENREDO

Quando um trem sofre um acidente, sem causa aparente, muitas vidas são tiradas, e outras transformadas. Mathilde perde a mãe, e Otto tenta entender como tudo isso aconteceu.

Ao ir à polícia, mais de três vezes, mostrar as hipóteses, Otto decide ir até a casa de Mathilde falar com seu pai, Markus, para entender de fato o que aconteceu. Markus, por sua vez, é um militar pouco comunicativo e muito violento que quer justiça pela morte da esposa, mesmo que fazendo isso com as próprias mãos.

Esse é o começo de uma série de hacks, muita violência, tortura e mortes em série. E ao que tudo indica, em vão, já que o filme não mostra com clareza se a gangue Riders Of Justice tinha mesmo alguma ligação com o acidente.

Se interessou pelo filme? “Loucos por Justiça” já está disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes.

 

* Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Latinos Brasil