De empoderamento feminino à continuação de “Betty, a feia em NY”, Elyfer Torres falou sobre tudo
Na manhã da quinta-feira (12), Elyfer Torres, a protagonista da telenovela mexicana “Betty, a feia em NY“, concedeu coletiva de imprensa em um hotel na região da Avenida Paulista, na capital paulista.
Na ocasião, Elyfer atendeu à um pequeno grupo de jornalistas e falou sobre o que teve que fazer antes de começar a dar vida à Betty na nova versão da história de Fernando Gaitán, além de contar seus planos para esse ano e sua relação com os fãs e colegas de trabalho; e uma possível continuação da telenovela.
“Eu acho muito feio a palavra ‘feia’, pois ninguém tem o direito de falar para outra pessoa que ela é feia ou não. E na versão original, no título original da novela, tiraram essa palavra, então é apenas ‘Betty em NY’. Mas aqui colocaram essa palavra. Não que eu não tenha gostado, mas entendo que é pelo sucesso das outras versões por aqui”. Foi assim que Elyfer antes mesmo de falar sobre a novela, mostrou o quanto apoia a causa feminista, o que complementou explicando como seus cachos deram vida e essência à Betty.
Torres explicou que em todas as audições, em toda a etapa de casting da novela, ela estava de cabelo liso. Mas no dia da primeira leitura do roteiro, onde todos se encontraram pessoalmente, ela estava de cabelo cacheado, com seu cabelo natural e todos ficaram muito surpresos quando a viram. E depois disso, resolveram refazer os testes de vídeo com ela de cabelo cacheado e todos adoraram. Tanto que Betty ficou com os cachos.
E para mim foi algo maravilhoso. Porque se ficasse com o cabelo liso, eu teria que fazer permanente no cabelo quase que todos os meses. Chegaria uma hora que eu perderia meu cabelo. E para o final, para a transformação da Betty, eles a queriam de cabelo liso, e aí sim, falei que não. Não quero passar a ideia de que só as mulheres lisas são bonitas. Eu sou linda assim e seguirei assim!.
O fato de poder ter dado vida à Betty, Elyfer Torres disse que as vezes ela não acreditava que estava fazendo isso e que fazendo o que ela gosta, ela poderia viajar a muitos lugares, como o Brasil ou como os Estados Unidos, que foi onde eles gravaram algumas cenas da novela. Ela estava impactada, emocionada! Feliz por poder conhecer pessoas e lugares novos. “E foi aí que eu conheci de verdade a palavra ‘agradecimento’. Pois foi aí que descobri que estava muito agradecida com a vida. Antes eu não estava. Foi uma sensação que nunca havia sentido”, sinalizou.
E para sentir de verdade Betty, para ser verdadeiramente a Beatriz Aurora Rincón Lozano, Elyfer Torres disse que fez quarenta e duas perguntas pra sua personagem e as respondeu sendo Betty, tentando entender o que a sua personagem sentia, o que pensava, pois, segundo ela, são as pequenas coisas que dão forma ao personagem.
Começamos a gravar em outubro de 2018. Eu fiquei sabendo que seria a Betty em agosto, ainda faltavam dois meses para começar a gravar. Então, pedi para a produção da novela que me enviassem os roteiros da novela que tivessem para começar a estudar e foi ai que comecei a dar vida à Betty. Comecei a comer mais (risos), a deixar o bigode crescer, as sobrancelhas. Não colocava nada no cabelo, nem um creme de hidratação, nada. Esse foi o processo físico. Depois veio o interno, o ‘conhecer melhor’ a Betty.
A mexicana ainda deu um exemplo de como conhecer o interior dos seus personagens é importante. “Minha cor favorita é azul, isso explica porque todas as minhas coisas são azuis. Mas a da Betty era cor café, mais neutras. Tudo isso por ela ser mais tímida, mais retraída”, finalizou.
Elyfer Torres ainda contou que voltar ao seu peso inicial foi mais difícil. Pois mesmo comendo bem e fazendo seus exercícios diários, ela não estava conseguindo isso. Foi então que os incêndios na Amazonas começaram e ela quis saber porque. Foi nessas investigações que ela percebeu que o grande consumo de carne no mundo estava prejudicando o meio ambiente. “Deixei de comer a carne nesse dia e eliminei 12 quilos em 4 meses apenas deixando de comer carne”.
E ainda seguindo a linha de empoderamento feminino, ela começou a perceber que fazia muitas coisas apenas porque as mulheres que ela conhecia, faziam. “Por exemplo, depilar o braço, eu antes depilava tudo por ser algo que tinha que fazer. E eu não gosto disso, por isso deixei de fazer”, finalizou.
Ao ser questionada por nós de como se sentiu ao dar vida à sua primeira protagonista, e ser logo um personagem tão famoso, Elyfer Torres contou que estava muito nervosa, mas que não tinha medo de fato. “Tinha muito medo de não poder chegar nem aos dedinhos dos pés delas {das outras atrizes que interpretaram a Betty}. E foi por isso que decidi tirar isso da minha cabeça, ou seria pior. Foi assim que criei tudo do zero, sem pensar muito”, contou. E ainda finalizou essa resposta dizendo que dedicou toda a sua força de vontade e todo o tempo necessário para realizar a sua melhor versão da Betty.
A mexicana disse que chamou para conversar o Erick Elías, que interpreta o Armando, o presidente da empresa onde Betty começa a trabalhar. E nesse café que compartilharam, ela sentiu que fez de tudo para fazer dar certo essa nova versão e que com o apoio da equipe de produção tudo saiu mais que perfeito. Mas principalmente pelo roteiro do Fernando Gaitán pois, “por melhor que seja a equipe, se o roteiro não for bom, de nada adianta o esforço da equipe”, finalizou.
Falando no Fernando Gaitán, Elyfer Torres disse que ele participou de todas as etapas de adaptação do roteiro original à essa nova versão em NY e que ele ajudou a criar esse universo mágico de “Betty, a feia em NY”.
“Foi muito mágico e importante que ele tenha conseguido ser parte dessa versão. Eu o conheci, e não sei se é a melhor forma de traduzir o que senti, mas é lindo ver que através da obra dele, através do que ele escreveu, tenhamos criado um mundo mágico e que o que ele queria passar ao mundo foi feito. Acho que ele mudou muitas coisas do roteiro original para que fosse aceito pelas televisões e por seus telespectadores, mas foi tudo muito bem feito”.
Infelizmente, Gaitán faleceu dois dias antes da estreia oficial no México, mas tudo foi feito antes dele se despedir fisicamente desse mundo. “Pra nós foi tudo muito forte, ninguém queria ir gravar, nem falar de nada. Mas, no fundo, estávamos felizes por saber que ele tinha colocado sua mão, sua arte, seu tempo para dar vida à “Betty, a feia em NY”. E agora tudo é em homenagem à ele, está nos créditos da novela e eu realmente espero que tenha sido uma grande homenagem pra ele. Pois pra mim foi uma honra ser parte dessa história e ainda mais contando a história da Betty”; disse Elyfer emocionada.
Ainda nesse universo das gravações de “Betty, a feia em NY”, Elyfer contou algumas curiosidades que aconteciam dentro do set de gravações. Uma das das mais engraçadas para ela foi quando ela e o Erick (Armando na novela) foram gravar a primeira cena romântica dos dois. Eles estavam deitados e ela deu uma joelhada nas partes intimas do ator. Ele deu um grito e ela só sabia falar “perdón, perdón, perdón, perdón”. “Foi nossa primeira cena de amor e foi super incomodo. Eu pedi tantas desculpas e ele: ‘está tudo bem, só me dê um segundo’, contou ela.
Entre tantas histórias engraçadas que ela lembra, a que mais a marcou é o fato de que ela e o Aarón Díaz (Ricardo na novela) sempre apostavam corridas do set de gravação para o camarim, para ver quem se trocava mais rápido. “No set a gente contava 1, 2, 3 e saía correndo. Quem ganhava a gente dava parabéns e comia algum doce. Quem não ganhava… pois não acontecia nada, o importante era a brincadeira”, finalizou.
Sobre a sua relação com o Brasil, Elyfer Torres disse que nunca chegou a imaginar que por aqui a novela ia ser um sucesso. Foi do nada que ela começou a receber mensagens nas redes sociais falando sobre a Betty e que a novela ia ser transmitida por aqui. “Quando a novela estreou foi como uaaaal, muitas mensagens. Foi muto mais do que quando começaram a transmitir ela no México e nos Estados Unidos. Chegamos a ser trend topics no Twitter e nossa.. muito obrigada a quem assistiram Betty em NY e claro, a todos que continuam assistindo”.
Sobre coisas que conhece e gosta aqui do Brasil, ela citou Anitta, mas mais por ela já conhecer o trabalho em espanhol da brasileira e por ela já ter trabalhado com artistas que Elyfer gosta e conhece. Citou também Karol Conka, que depois que traduziu as suas músicas, conseguiu ver mais a fundo o poder que Karol Conka tem em suas canções, principalmente, por conta do empoderamento feminino que ela transmite em suas letras.
“A comida também me impressionou muito. A coxinha é maravilhosa. Mas a caipirinha… ah, é demais. Parece um pouco com o estilo de sabor do México”, contou ela, que provou várias coisas e se apaixonou pela bebida brasileira. Mas que definitivamente o que ela mais gostou foi das pessoas.
“Essa é a minha parte favorita. Por exemplo, alguns fãs foram ao aeroporto e isso nunca tinha acontecido comigo antes. As mensagens nas redes sociais são lindas… O amor que se sente nos textos é mais forte que dos outros lugares. Por isso agradeço o poder ser artista e receber tanto amor. Os brasileiros são muito amorosos, acredito que isso é o mais lindo que já senti na vida”.
Ela ainda agradeceu o fato de poder trabalhar em diversas plataformas, como a Netflix, Apple TV, Amazon… “Ter a oportunidade de poder estar em vários lugares é maravilhoso, quanto pra mim, como atriz, como para as pessoas que me seguem. Afinal de contas, tudo é conteúdo. Pois se tenho um artista favorito, o que quero dele é mais conteúdo”, contou e finalizou com “estou muito feliz e agradecida de que já não existam vetos de artistas por estar ligado à uma emissora X, me sinto mais livre para fazer o que gosto”.
Falando sobre o que ela gosta de fazer, Elyfer disse que agora também vai investir na música. “Eu cantei a música tema de Betty e Armando na novela, e quero fazer mais disso. É algo que está nos meus planos para esse ano, por ser algo que eu disfruto muito, me sinto livre. E quero passar mais coisas desse empoderamento feminino, de poder ser quem sou, como sou, e ser feliz com isso”.
Elyfer ainda contou que pretende voltar ao Brasil, mas agora de férias, e que vai fazer uma lista de lugares para visitar por aqui. E que em breve, muito em breve, canções suas deverão ser lançadas nas plataformas digitais, além de seu personagem em “Inimigo Íntimo 2”, que está na Netflix, onde ela dá vida à uma quase vilã e mostra um lado seu que é completamente diferente do que mostrou em “Betty, a feia em NY”.
Novela essa que Elyfer Torres espera que tenha uma continuação e acredita fielmente de que se for bastante pedida, a Telemundo vai atender os pedidos do público e do elenco que apoia muito uma nova aventura dessa linda história. “Eu quero ver o que acontecerá em uma segunda temporada. Betty com um filho, Patrícia e seus namorados… Enfim, coisas que ficaram muito abertas, que deixou espaço para novas histórias. Tomara que aconteça! Agora existe a campanha #BettyEmNY2, e acredito que se todos querem mesmo, teremos uma segunda temporada”.
Foto destaque: Jéssica Silva | Latinos Brasil

Jornalista, fã da cultura latina e da loucura que é viver em SP e não troca isso por nada, pois já vive trocando o português pelo espanhol diariamente.
Leila
4 anos agoAmeiii